A Revista Limite parte de uma vontade nossa de praticar o ofício do ensaio e da crítica de arte com maior regularidade, estabelecendo um diálogo com seus leitores e contribuidores e, à medida do possível, criando um novo espaço de discussão. Uma revista de crítica e ensaio, como fazemos questão de apontar, por pensarmos que aqui deve haver tanto um comprometimento mais dedicado às analises de um objeto preciso quanto à reflexão tomada de uma maneira mais ampla e descompromissada.
É também uma revista “de arte” porque esperamos lidar com os objetos mais variados, não nos restringindo às análises de um único meio, embora a maior parte de nós esteja efetivamente mais envolvida com os propósitos cinematográficos. A revista parte de um desejo, assim, de se escrever de outra maneira, sobre outros objetos, a partir de outros conceitos que não são os comumente veiculados na crítica institucionalizada ou no meio acadêmico; não se pretende aqui estabelecer um contraponto, mas, justamente, outro ponto.
A revista será de periodicidade trimestral, o que permite que se tenha uma regularidade de comunicação com o leitor, para que este acompanhe o desenvolvimento das reflexões expostas, e que se conserve um frescor de uma escrita mais direta, sem maiores ambições quanto ao rigor bibliográfico que requer, por exemplo, um texto acadêmico, mas ainda mantendo o rigor necessário de análise. Estas reflexões, afinal, não pretendem resumir ou concluir qualquer questão, mas se dispõem como investigações, experiências e descobertas, podendo um texto ser retomado em edições posteriores e aprofundado ou mesmo reiterado, em um processo contínuo de formação da revista e daqueles que aqui escrevem.
Esta primeira edição conta com um número reduzido de textos – que se espera expandir nas próximas – heterogêneos em forma e conteúdo. Mais do que estabelecer quaisquer vínculos temáticos que definam as edições da revista, procuraremos aqui reforçar as individualidades de cada uma das contribuições, esperando que os seus pontos de afinidade argumentativa se tornem evidentes. Deixemos, então, que eles falem por si mesmos.
Paula Mermelstein e Matheus Zenom, editores